Júlio Isidro e o seu texto emocionante

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“NÃO, NÃO ESTOU VELHO!!!!!! NÃO SOU É SUFICIENTEMENTE NOVO PARA JÁ SABER TUDO!

Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.

E lembro-me do texto de Jorge de Sena…. Não quero morrer sem ver a cor da liberdade.
Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar…. civilizadamente, ordenadamente, no respeito das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e  Calar.

Sou dos que acreditam na invenção desta crise.
Um “directório” algures decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.

Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.
Parece que alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.
Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.
Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho. Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.

Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro entre os medicamentos e a comida.
E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.
A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o milagre da multiplicação dos pães.

Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de sair de casa, suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se de sangue , 5% dos sem abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores de geração espontânea, mas 81.000 licenciados estão desempregados.

Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.
Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada” faz um milhão de espectadores.
Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.
Há carros topo de gama para sortear e auto-estradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.

Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.

Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem…estar para ambas as partes.

Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…

Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?
E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma…à francesa.
Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.

E aprendemos neologismos como “inconseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exactamente o contrário do que está escrito no dicionário.

Mas há os penalties escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.

E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…

Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno- almoço e almoço.
E as mães que vão ao banco…. alimentar contra a fome , envergonhadamente , matar a fome dos seus meninos.

É por estes meninos com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade.
Júlio Isidro”

363 thoughts on “Júlio Isidro e o seu texto emocionante

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  1. Grande homem com as suas palavras sábias , temos um país só para. ,alguns,que desviam,milhões.sou uma cidadã ,cumpridora ,para agora me robarem,a minha reforma.

  2. Que bom é viver!!!
    Quando connosco partnham as suas ansiedades, que são afinal as de alguns de nós. Homens de H muito grande são precisos.
    Obirgado Júlio

  3. a elegância de saber dizer…. «’erótica’ é a alma que não se ‘desculpa’ com a passagem do tempo»… este Senhor não tem idade, não tem cor, nem vive da beleza exterior… mas sim é apaixonante por isso mesmo!!

  4. E se de autoridade se tratasse… o Júlio teria toda para escrever o que escreveu.
    Diz que não é suficientemente novo para já saber tudo… é por pensar assim que aumenta a sua perspicácia e capacidade para analisar estas ‘coisas’ com toda esta elegância.
    Obrigada por nos ensinar… podemos dizer tudo, mas na forma e medida certas… outros Irão eacutar-nos!!

  5. ADORO E SEMPRE ADOREI ESTE GRANDE SENHOR !!! E AO LER ESTE SABIO TEXTO, FIQUEI DE CORAÇÃO APERTADO E CAÍRAM-ME INCONTROLAVELMENTE, ALGUMAS LAGRIMAS! A MINHA IDADE É DIFERENTE, MAS A ADMIRAÇÃO DE ALGUEM POR ESTA EXCA, NAO TEM IDADE!!!!! SE ME PERMITE, UM BEIJO!!!!

  6. Grande texto de um grande Homem. Sim falta ainda dizer muita coisa, mas cabe a todos nós fazê-lo, isto é, completar o que falta.
    Quanto ao Sr. Anónimo, não estou interessada em falar nos partidos políticos, mas sim das privatizações. Todas as que conheço não trouxeram nada de bom para o Povo e passo a citar: A rodoviária foi privatizada e muitas Aldeias deixaram de ter transportes, e os horários foram reduzidos, os Bancos, esses passaram a cobrar por tudo e por nada aos seus clientes, disponibilizaram (despediram) quase todos os seus funcionários, porquê? Porque não davam lucro. E, e agora vem a história dos CTT, quanto então, prestavam um mau serviço e agora é muito bom, sim Sr. Anónimo, só se for especial para si! Olhe! Na área da minha residência recebia o correio todos os dias, agora só fazem distribuição 2 vezes na semana, e é quando lhes apetece, porque chega a ser de semana a semana, isto é um bom trabalho dos novos CTT? Só se for para si. E olhe que vivo numa cidade! Imagine as Aldeias deste País! Quando as cartas da EDP ou dos SMAS e outras para pagamento chegam já passou o prazo, quem pagas os juros? São os CTT?
    Esconda-se homem, esconda-se.
    E mais não digo, embora tivesse muito mais para dizer, mas vou deixar espaço a outros que queiram acrescentar algo mais relevante que possa mostrar que privatizações de tudo o que é público só serve o capital.
    Já agora mostrem a cara, que o anonimato nestas circunstâncias só demonstra cobardia.

  7. Sinto-me angustiada, pelo facto do povo português não tenha percebido isto e muito mais, no dia 4 de Outubro!

  8. Lourdes Barrento

    Sem comentários! O Snr. Júlio já disse nuita coisa, mas tinha muito mais para dizer se quisesse! Obrigada!

  9. Li com bastante atenção o texto do Sr. Júlio Isidro, comungo integralmente com todo ele e preocupa-me muito o futuro dos jovens do meu País,preocupe-me com os meus netos e com os outros netos deste País que futuro vão ter?????? preocupe-me com os sem abrigo….. preocupe-me com os que onde vir…. que eu não quero que acontecesse … preocupe-me com a miséria, com a fome….. preocupe-me com os mais velhos … pois eu também estou muito perto…… mas ainda espero que um dia chegue a cor da liberdade …………….

  10. Amigo Júlio, que saudades tenho de te ver na TV. Estou farto de ver programas “ocos de conteúdo” onde apenas se pronuncia os números de telefone 500 100 200 para ganhar uns troquinhos. Nem sabem fazer entrevistas como deve ser….trazem amgos VIPS todos os dias.Alguns perguntam e logo de seguida interrompem para dizer o célebre numero. Eu pergunto, serão programas para entreter as pessoas ou arrecadar dinheiro. ONDE ESTÁ A AUTORIDADE PARA…..NÃO SEI DE QUÊ….

  11. O de comentário a o povo português tem memória curta há tanta coisa mallll a começar pelas secutes para.andar numa a dois quilómetros de casa já estou a pagar e muito mais havia para escrever mas não vale a pena

  12. Por algum motivo , Senhor Júlio isidro mereceu todos estes anos e continua a merecer o nosso respeito. As suas palavras fizeram-me escorrer lágrimas, que entendo ser uma forma de o coração, ou o nosso corpo “falar”. Como era bom , podermos honrar os nossos destemidos descobridores .
    Obrigada pelas suas palavras.

  13. Estou grata , por ter podido ler ler neste texto o que me vai na alma, mas ainda falta fazer aqui uma pergunta……Como e até quando vamos conseguir aguentar o barco…?…O mar revolto em que nos encontramos e nos separa dos que partem não acalma . Somos para sempre o ” povo de brandos costumes” e mesmo neste descontentamento, saímos sim …..à francesa…..” Laisser faire, Laisser passer ” .

  14. Júlio Isidro, já o vejo há anos. Admiro-o pela sua perseverança nos desenhos animados, dos quais sou fã, desde “menina e moça”, como costuma dizer. Concordo com algumas coisas que disse. Aliás, você tem mais instrução do que eu, mas, falando em privatizações, desde que os CTT o foram, nunca mais se esperou um mês por uma carta ou encomenda. A empresa passou a dar lucro…. Não tapemos o sol com a peneira…. Faça um exame de quatro anos, mas a fundo, imparcial…. Desconheço as suas ideias políticas. Eu, há muitos anos, voto na pessoa, independente do partido e, até agora, não me arrependi. Faça um exame de consciência, assim como todos os que votaram na “miragem”, e caiam em si…. O Pai Natal não existe…. Esta é a realidade em que nos deixou o governo Socialista. Aliás, sempre que o FMI entrou em Portugal, quem estava a governar????

    1. Os CTT davam lucro, e bom, antes da privatização, apesar de prestarem um serviço público mais completo e estar presente em muito mais zonas do país. E quanto a esperar um mês por uma carta ou encomenda, é mera falácia. Isso não acontecia. Os nossos CTT eram modelares. Por isso era apetecível ao capital privado. “O Pai Natal não existe”. Pois não. Mas existe o PAPÃO TOTAL. E quem esteve a governar antes, e, a troco do dinheiro da Europa, destruiu a indústria, a agricultura, arrancou vinha e oliveiras, abateu barcos, etc. etc. impedindo desta forma a produção de bens essenciais, que passaram a ser importados. Por isso não houve crescimento económico, e aumentou o défice comercial (e a dívida).

    2. Não, não é nada partidária… nota-se!
      PS: A privatização dos CTT é recente e já sabe estatísticas tão amplas?
      PS2: NUNCA que uma carta ou uma encomenda demoraram UM MÊS para chegar a qualquer lar português, continental ou não. Isso é calúnia. O sistema de correios português sempre foi dos melhores, reconhecido e premiado. Coisa que não poderia acontecer CASO as coisas demorassem UM MÊS a chegar ao destino, tsc, tsc, tsc!

    3. Por quê o autor do texto não dá a cara? Anonimato só acontece perante três situações: ou se mente ou se é covarde ou se está à espera de poder entrar na pia. Não se esqueça que PSD e CDS também assinaram a vinda da troika para Portugal. Sabiam que ganhariam as eleições e, dessa forma, descarregavam a culpa de todas as desgraças naquele trio. Tão safado é o que rouba como o que dá cobertura ao ladrão. Não defenda os ladrões porque passa por ser cúmplice.

    4. O P S é o culpado da situação em que o pais se encontra, é possível, então explique-me lá, quando o PPD/PSD e CDS/PP foram para o governo a dívida era de 94% agora é de 130%, que raio de gestão é que estes srs fizeram?

      1. Mais que raio esse senhor anonimo nao se endentifica visto que sabe tanto falar mal do PS eles que a quantos anos lhe andan a fazer barbaridades esses anonimos sao mentirosos mafiosos e ainda sao covardes

    5. Tanta burrice. Sr Anonimo, se a burrice e a ignorância pagassem imposto, certamente que o Sr estaria no escalão máximo.

    6. Pergunto ao sr anónimo se votou na pessoa certa quer dizer que a vida pra si corre bem tem de tudo suficiente e não se sente prejudicado e acha que este país corre sobre rodas, lá vai dando a sua esmolinha, aos domingos de manhã vai à missa do meio-dia, ã tarde ao futebol, ver o seu benfica e durante a semana após sair do trabalho as 5 e meia passa pelo café, bebe a sua bica ou imperial e penetra mais a fundo no correio da manhã depois de durante o dia só ter olhado para as gordas. E assim passa o tempo indiferente às exigências do FMI e dos ventos de Berlim.

  15. Parabéns ao Sr. Julio Isidro pelo texto, muito mais podia ser dito, mas o importante foi escrito.
    Quem fez a crise, devia pagar ! Não os pobres com certeza.

  16. Para quê comentar o que não é comentável. Está lá tudo, só não percebe quem não quer. “Cegos são aqueles que não querem ver”. GRANDE SENHOR…

  17. Aprecio aquele que escreve, neste caso Júlio Isidro, que para dizer o que sente não esconde a sua identidade, ao contrário daqueles que apenas comentando se ocultam no anonimato.
    São estes “Anónimos” os verdadeiros representantes duma “democracia” que mostra bem a carência de carácter daqueles que como é costume dizer, “gostam de atirar a pedra e esconder a mão”.
    É triste, não os velhos, mas sim os idosos, que contribuíram em “bom tempo” para um certo enriquecimento de Portugal, que sejam agora os maiores sacrificados para sustentar um Estado, Governo e Políticos parasitários.

    1. Bem hajam pessoas como o Sr. Julio Isidro e o Sr. Manuel da Costa que mostram o que sentem, sem papas na língua ( neste caso na escrita), o que está a acontecer a Portugal desde à 25 anos para cá.

  18. Bela e verdadeira análise do nosso Portugal! Muito triste verificar a veracidade do país em que vivemos. …Que o “VENTO” no ajude e nos faça mudar de rumo! !!! Obrigada ao autor do texto (grande senhor, da comunicação) que tão bem nos relatou os últimos 40 anos da nossa vida. ….

  19. Sem palavras….tá tudo dito de facto….somos assim mesmo………..até quando?
    Como alguém diz num comentário ” quanto mais Me bates, mais eu gosto de Ti”

  20. Pois é Júlio Isidro, as suas palavras retrataram fielmente o nosso País, pelo que li de comentários todos concordam com a sua leitura, só lamento que as pessoas, se revoltem e falem, falem, sentindo-se lesados e depois na hora da verdade esquecem tudo e continuem a dar força aos mentores desta situação. Lá diz o ditado popular “quanto mais me bates mais gosto de ti; Será masoquismo? Desmotivação? Descrença? Apatia?. Seja como for eu Acredito e tenho Esperança que esta situação seja um Interregno que acabará com a mudança necessária para todos os Portugueses e que as gerações vindouras, sejam mais esclarecidas e que lutem por um futuro melhor e que no presente muitas vozes se Levantem e resistam e digam Não!
    Obrigado pela atenção que o meu texto vos merecer.

  21. Muito Obrigada Sr. Júlio Isidro por estas palavras que são a realidade em que vivemos,não foi para isto que há 40 anos numa manhã de Abril, os Portugueses com os Militares que fizeram a Revolução,festejaram a Vitória de cravo ao peito,foi por uma vida melhor ,com pão para todos, trabalho e dignidade,que nos dias de hoje cada vez há menos.Mais uma vez Obrigada pelo comentário da dura e cruel realidade do nosso País.Paula Ribeiro.

  22. Sempre fui uma grande admiradora do sr Júlio Izidro,está tudo aqui o que muitos de nós gostaríamos de transmitir e não nos sai nada .Obrigado e um BEM HAJA

  23. Gosto muito do Sr. Júlio Isidro, defendê-lo-ia com todo o meu poder se o visse em perigo, mas não subscrevo na totalidade o seu artigo. Talvez porque andamos por caminhos diferentes desde a meninice até à actualidade. Eu fui operário desde os 13 anos, passei pela emigração aos 16, fui à guerra colonial (AngolaFev.73/Dez.74), vivi o 25 de Abril na rua e o apurar das ideologias, hoje, cada vez mais incoerentes. Fui activista sindical, assisti ao desmoronar de algumas empresas, só porque as empurravam de má fé quando estavam mal seguras, etc. Em 1981/83 volto a Angola desta vez com estatuto diferente. Aí, “convivi” de perto com os Cubanos (muitos) e alguns Russos e Alemães de Leste. Em 1983 entro na Função Pública por 5 anos e em 1988 chego aos Estados unidos com um estatuto pouco confortável. Aí, tudo o que eu tinha de anti-Americano de rua, obtido da comunicação social, tipo soldado islâmico, caiu por terra como o fantasma quando se lhe opõe a luz. Durante quase 6 anos trabalhei e estudei no secundário, sempre com muitos colegas estrangeiros por companhia. Ouvi e senti os lamentos de muitos refugiados (aos milhares) das republicas russas,etc. Vivi de perto (por dentro) as Jornadas Mundiais da Juventude em Denver-Colorado com o Papa João Paulo II. Regressei em Dez./93, mais Português e pró-Americano (Cidadãos).
    Sou um Português orgulhoso da nossa história da nossa cultura da minha Fé Católica e apreciador da liberdade, gosto do 25 de Abril e aprecio muito quem ainda é capaz de criar postos de trabalho e de quem gosta de trabalhar para comer o pão honradamente.
    A Eu, pessoalmente aprendi a viver com muito ou com pouco, mas tenho muita pena de quem se deixa levar por promessas de vida melhor sem esforço. Está tudo cheio de gente que estragou a vida e passam mal, porque em vez de serem ajudados, foram apenas usados pelos políticos sem escrúpulos. E desses, há os em todos os quadrantes políticos.
    Saudações para todos, especialmente ao nosso amigo Júlio Isidro

    1. Senhor Manuel de Carvalho, não foi o único a comer o pão que o diabo amassou. Nasci num ambiente pobre e de violência doméstica. Tive um pai que nos abandonou e eu tive que ir servir ( criada de lavoura) ainda andava na 2ª classe , começando por fazer pequenos trabalhos domésticos e tomava conta do gado, no campo. Assim foi a minha vida até quase aos 21 anos. Aí comecei a estudar, até tirar o curso do Magistério Primário. Mais tarde, casei e tive três filhos. Para ter uma velhice com menos problemas, aos 52 anos iniciei uma licenciatura que terminei com 56 anos.Durante estes quase quatro anos, tinha a minha profissão, a qual coloquei sempre em primeiro lugar, tinha três filhos para criar e educar, tinha o trabalho doméstico ( não tinha empregada ) e ainda um grande quintal para cultivar e não ter de comprar tudo. Queimei as minhas pestanas e o meu sistema nervoso passou por um tal descarrilamento que me caiu parte do cabelo. Fiquei aposentada em 2007 . Nunca vivi acima das minhas possibilidades, nunca comprei fiado e sempre usei lista de compras no super- mercado. Nunca devi nada a ninguém e, a partir de 2o11, vi-me sem uma boa parte da minha reforma. Por quê ? Em que é que eu contribuí para a dívida do meu país? Se Jardim Gonçalves e outros sanguessugas do género, em vez de estarem com uma aposentação de 175 mil euros mensais, mais carro e motorista do Estado e outra mordomias, ganhassem vergonha na cara, Portugal não faria melhor figura aos olhos dos portugueses e do mundo? Quem fez a dívida portuguesa foram os ” lordes ” da política, ao usufruir ordenados e aposentações que são autênticos atentados à pobreza. Deviam ter vergonha de ver um país afundar-se na lama e continuarem com a roubalheira.

  24. Muito obrigado senhor Júlio Isidro pelas suas palavras. Este não é o Portugal que nós desejamos!. Mas é o Portugal que muitos querem. Muito obrigado.

    1. Muito obrigada Sr. Júlio Isidro pelas suas palavras. Estou com 76anos sou viúva tenho uma reforma pequena que divido por comer e medicamentos para tratamentos continuados. Mesmo assim me vão tirando aos poucos do pouco que me resta. atribuiram-me um I R S que estou a pagar a prestações mensais. Nunca pensei viver para me ver nesta situação . Anonimo

  25. Palavras sabias que espalham toda a tristeza do nosso País
    o meu bem haja Senhor Júlio Isidro e para a sua família esperemos por dias melhores
    uma ver mais MUITO OBRIGADO

  26. Obrigado pelo seu texto a que me permito chamar de Lamento Lusitano.
    Realmente só se compreende estes resultados eleitorais, ao fim do esbulho generalizado durante 4 anos, como resquícios de fascismo encobertos durante 41 anos..
    Esperemos que haja o bom senso no PS para fazer a aliança de esquerda para correr com a Direita (fascista) do panorama eleitoral português.

  27. Sr. Julio Isidro estas palavras que espalham bem a tristesa realidade do nosso pais,da amarguraem que vivemos,um bem haja para si, muito obrigado.

    1. SENHOR JÚLIO ISIDRO, fico sem palavras como o hei de tratar uma sua fã, que o admira à muitos anos estou com 69 anos de idade e nunca perdi os seus programas sempre que podia via todos, tenho muito respeito pelo SENHOR.
      Venho agradecer as suas palavra que li e reli o seu texto só mesmo o Senhor.
      Desejo lhe muitos anos de vida e que possamos, continuar a ler os seus artigos, e ver muitos programas realizados pelo Senhor, como exemplo o inesquecível Bem haja

  28. Muito e muito obrigada Sr. Júlio Isidro por estas palavras que espelham tão bem a triste realidade deste nosso país, da amargura em que vivemos , um bem haja para si , uma vez mais muito obrigada .

    1. “A piada que é ser português, ou a revolta de o ser também “JP Londres 06 de Outubro 2015
      Hoje não há poesia …
      Escusam de procurar, não vão encontrar versos nem prosas com poesia.
      Não vão encontrar nada de belo por aqui!
      Hoje o assunto é outro …
      Hoje fala o medo e o medo tem muita força
      Hoje governa o medo porque o medo é valente,mentiroso promete mas não cumpre…e o medo da banca rota entranha-se na nossa economia que parece um crivo.
      O medo é muito valente porque vive bem da cobardia dos outros, todos eles cheios de medo, de perder duas batatas cozidas com duas tristes espinhas de bacalhau.
      Hoje nem me falem sequer de poesia nem me falem de Portugueses.
      Esses mesmo que foram tão valentes e das tripas faziam coração, são páginas da historia.
      Hoje os portugueses nao tem coração nem tripas.São como anémonas sem espinha dorsal
      Somos uns coitados todos preocupados com merdinhas,porque nós somos gente de merdinhas, miudinhos, de mezinhas, e conversas corriqueiras com a vizinha…que só inveta ou aumenta o que ouviu.
      Então quando era o tempo de reverter tudo, nada se reverteu, porque o medo falou mais alto – Se ao menos tivessemos meia duzia de fibras gregas ….mas não!! Somos todos pequeninos e enfezados no nosso rectangulo de pedras e pinhais, terras ao abandono,ruinas e aldeias compradas por alemães e franceses.
      Somos obedientes, cegos e canhotos e de pouca inteligência – como dizia o Torga ainda nos ajoelhamos ao passar a procisão.
      E as procisões tem passado, vão passar e vamos continuar ajoelhados porque somos um povo que vive de joelhos, imitando qualquer martir representado em algum mosaico azul e branco. Mas na verdade nem prestamos sequer para imitar martires.
      O chicote ja estala nos lombos das bestas. Porque de bestas se trata. Ai daquele que se ouvir falar mal do governo ….arracar-lhe-emos a lingua para ser curtida em vinho d’alhos
      Ai daquele que reclamar dos impostos e dos cortes e das reformas e ….chicote em cima até que aprenda …a ser gente !

      1. Já nem ajoelhamos ao passar da procissão e isso seria um acto de reconhecimento de alguém que foi maior, mas colocamo-nos de cócoras perante um qualquer badameco elevado a um qualquer posto transitório do nosso pobre areópago nacional. Quanto às bestas elas colocam-se a jeito, sem levantar as patas traseiras, para que lhe coloquem a albarda em cima e lhes estendam a verdasca no lombo. Tomates … , são apenas os que sabemos cultivar nas hortas. Abater as orelhas, foi o que sempre nos ensinaram a fazer. E viva o futebol que «induca».

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