Queriam eles (Daniel Deusdado e Nuno Artur Silva) fazer renascer o “Festival RTP da Canção“, aliás, afirmaram que seria o renascer deste evento mas, findo as três emissões (duas semi-finais e uma final) tudo não passou disso mesmo, ou seja, de um querer sem terem concretizado o que tanto apregoaram.
Triste sina esta, do Festival da Canção em Portugal.
A primeira semi-final teve a dupla José Carlos Malato/Sónia Araújo. Uma coisa ficou certa: esta dupla não funciona em palco. É o risco de se criar duplas improváveis, que também dão resultados improváveis.
A segunda semi-final trouxe Tânia Ribas de Oliveira/Jorge Gabriel. Tudo teria sido perfeito se o Jorge Gabriel perdesse os seus tiques de vedeta e a vontade de querer parecer estar a narrar um acontecimento para o “Telejornal”
A final trouxe outra dupla improvável, Catarina Furtado/Sílvia Alberto. Em vez de começar por cumprimentar os telespectadores, Sílvia Alberto entrou pela a emissão directa com um “Merda, Merda“, que deixou a sua colega Catarina Furtado quase sem reacção, mas que reagiu a tempo e minimizou a situação vergonhosa que Sílvia Alberto criou.
Depois, no domingo passado, conheceu-se o grande vencedor, aquele que vai levar às costas a responsabilidade de representar e defender as cores de Portugal perante toda a Europa.
E quem ganhou?
Bem, ganhou, na minha opinião, uma das piores opções!
Salvador Sobral conseguiu vencer a edição deste ano com a ajuda do júri, é certo, mas mesmo que seja um grande cantor, uma grande voz, um grande tema, uma grande música de amor, uma coisa é certa, a Eurovisão já não quer só amor … quer inovação, quer ousadia, quer coisas arrojadas e diferentes e, claro, não quer mais do mesmo. E o que a RTP vai levar? Mais do mesmo, parecendo ter parado no tempo e demonstrando que em Portugal não há inovação, arrojamento, criatividade… A RTP ainda não acordou para o que é hoje a Eurovisão da Canção, é pena!
Sobre o Salvador Sobral ainda tenho a dizer duas coisas:
1ª. – o Guarda-Roupa: de quem terá sido a responsabilidade da escolha da roupa para o Salvador actuar? Péssima escolha que em nada o favoreceu em palco.
2ª. – Por momentos, temi pela vida do Salvador, pois os gestos que fez ao pescoço durante toda a actuação fez-me acreditar que algo de menos bom poderia acontecer … felizmente tudo acabou em bem.
Esteve-se em jejum do Festival da Canção um ano, por vontade da RTP, para depois regressarem e aprovarem uma das piores performances apresentadas em palco este ano.
Não tenho nada contra o Salvador Sobral, nem contra a sua música, nem tema levado ao concurso da música ligeira mas, não é, ainda, desta vez que Portugal vai brilhar aos olhos da grande família europeia.
Este ano, até tivemos em palco o Justin Bieber português, pois foi assim que o jovem Pedro Gonçalves se apresentou, bem ao estilo do polémico cantor. Se foi inovação? Não! Se foi diferenciador? Não! Foi sim, uma cópia, ou seja, uma falta de originalidade.
Termino tirando o chapéu a duas músicas que, para mim, conseguiram ser melhores do que todas as outras que se apresentaram em palco:
Vila La Diva: “Nova Glória” – Para mim, seria a justa vencedora.
Lena D´´Agua:“Nunca Me Fui Embora”, foi outra das boas surpresas na edição deste ano que também merecia um lugar na Eurovisão. Esta seria a minha segunda opção para representar Portugal.
Quero ainda referir que, preferia ter visto muito mais e muito melhor do que os temas apresentados. É pena não ver os artistas portugueses arriscarem, inovarem e acima de tudo primarem pela diferença…
E se acho que as minhas duas escolhas se sairiam bem na edição deste ano? Respondo com um óbvio “Não”. Por todas as razões que acima apresentei sobre o que actualmente a Eurovisão quer.
Boa sorte Portugal e … RTP!
“Ele Há Coisas” – o espaço de opinião da VOX POP TV, assinado pelo cronista Rui Cohen
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