A popular jornalista da RTP, acaba de dar um grito de revolta devido à actual situação que Portugal vive, por causa dos grandes incêndios que estão a destruir casas, a ferir pessoas e a consumir a natureza, flora e fauna do país:
“Ou Portugal é um País de incendiários …
Ou a planificação da Proteção Civil é deficiente …
Ou a floresta e a mata Nacionais, continuam há décadas sem qualquer organização…
Temperaturas de 40 graus há em Itália , em Espanha, na Grécia e por aí fora .
Alguns desses Países são bem mais continentais que o nosso, e apesar de terem grandes incêndios , nenhum se compara a este continuado flagelo Português.
Ao longo dos anos coordenei vários debates, sobre a floresta e os incêndios, e constato que pouco se avança.
Preocupante !”, escreveu Fátima Campos

Parece-me que os gritos, as discussões, os debates ou as conversas de gabinete, não são o meio para a prevenção das calamidades que se repetem todos os anos no nosso país.
O abandono dos campos, devido ao trabalho duro, mal pago, e cada vez menos rentável e sem futuro, levou-nos pelo pior dos caminhos, ao pior dos destinos.
Para quê semear ou plantar se há hipótese de comprar os mesmos produtos por valor inferior numa grande superfície, sem correr o risco de estar sujeito a uma má colheita?
Os espaços onde antes havia trigo ou milho está agora acupado com eucaliptos e pinheiros.
Na maioria dos vales do ribatejo da minha infância, onde antes se cultivava arroz, hoje há abandono, mesmo tendo havido a substituição da força braçal pelas máquinas.
Em forma de conclusão, deixo expresso que um proprietário de terras ganhará mais se deixar a sua actividade, substituindo-a pela importação de produtos, que vêm das mais diversas proveniências, onde existe, não só mão de obra mais barata, como também onde a moeda tem menos valor que a nossa, e pela diferença de câmbio tem como resultado uma boa “produção” – e os nossos campos continuam abandonados, com os eucaliptos. e os pinheiros a arder e a colocar as casas em perigo.