Em entrevista à TVi, durante a tarde desta quinta-feira, ao programa “Goucha”, apresentado por Manuel Luís Goucha, a jornalista conta que só fez o luto do filho quando saiu da TVI:
“A paragem aconteceu em 2019 quando sai da TVI, por mútuo acordo, e acabei por regressar há cerca de 5 meses”, disse Judite Sousa, que diz só ter feito o luto do filho nesta período. “Imaginei que nunca mais faria televisão. Houve pessoas que anunciaram a minha morte profissional prematuramente, como agora é público e notório… Acontece que nesse tempo coincidiu com a pandemia. Durante alguns meses aproveitei para passear, quando surgiu a pandemia fiquei em casa, vi todas as séries, escrevi, li e fiquei a fazer o meu luto que não tinha feito há 7 anos”, disse Judite Sousa
Perante isto, Goucha questionou a jornalista: “Por que é que só agora fizeste o luto?
Judite Sousa respondeu assim: “Porque quando o André faleceu, não houve ninguém, ninguém, a começar pelos médicos, que me dissessem que eu tinha de parar para fazer o luto do meu filho. E foi por isso que eu voltei a trabalhar em setembro, porque ninguém me disse que eu tinha de fazer o luto do meu filho.”
Goucha volta a questionar Judite Sousa: “Mas aquele trabalhar em setembro não era uma forma também de te salvares?”
Judite Sousa respondeu assim: “As pessoas que me falaram na altura disseram que eu devia voltar a trabalhar como forma de me salvar. Na realidade vim a perceber mais tarde, nas conversas que fui tendo com os médicos, que o luto devia ter sido feito nessa altura, mas não foi. Acabei por fazer o luto nestes últimos três anos. A morte de um filho é um naufrágio, sobrescrevo essas palavras inteiramente. Sinto-me uma naufraga para a vida toda. Eu e o pai”, disse com lágrimas nos olhos
O convite para ser fundadora da CNN Portugal: “Quando morre um filho, nunca se consegue fazer o luto, na sua plenitude. Mas tem de se fazer alguma coisa. Foi isso que eu fiz nestes últimos 3 anos. E quando há cerca de 5 meses, fui contactada… e contactei para poder integrar o projeto da CNN Portugal, eu perguntei ao médico que me seguia se eu estava em condições de voltar a trabalhar, de encarar a opinião pública, os espetadores. E ele disse-me que sim. E foi com base nessa opinião que eu decidi que poderia voltar a trabalhar”

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