Morreu a cancionista Maria José Valério, na manhã desta quarta-feira. Tinha 87 anos de idade e estava infectada com Covid-19, infecção que surgiu na sequência do surto na Casa do Artista, onde vivia há vário anos.
Nas redes sociais, muitas são as homenagens de figuras públicas que não deixaram, de prestar homenagem à voz do hino do Sporting.
ANTÓNIO SALA – radialista: Aos 87 anos partiu a nossa querida Maria José Valério. Mais uma vítima do horrível Covid 19 nestes tempos trágicos de pandemia.Doce Zézinha, muito obrigado por todas as alegrias que a tua voz sempre soube transformar em canções bem populares. Amiga, ficas para sempre nos nossos corações.
JÚLIO ISIDRO – apresentador da RTP: O TELEFONE NÃO VAI VOLTAR A TOCAR….A Sandra ligou-lhe há duas semanas para saber como estava. Mas o seu cuidado era outro. Queria saber saber como estavam o Julinho, a minha Sandrinha e as nossas meninas Marianinha e Francisquinha.Nós todos bem graças a Deus … e a Zézinha? …. estou no quarto, aqui na Casa do Artista onde sou muito bem tratada…tenho 38 de febre e esta tosse é que não me deixa dormir…. Talvez seja melhor ir ao hospital – sugeriu a Sandra.Foi a última vez que a nossa “menina dos telefones”nos ligou.A Maria José Valério a quem eu pedi um autógrafo quando muito jovem a vi nos estúdios da RTP.Ainda guardo o postal já amarelecido, o autógrafo e o texto no verso:- Para o meu querido camarada Júlio Isidro com um xi da Zé Valério.Era eu um neófito da televisão a quem a estrela dava a honra de incluir como um dos dela.Desde esses tempos do preto e branco, tive sempre a Zézinha na minha vida, os espectáculos, os discos e aquele programa de televisão que me encantava, as “Melodias de sempre” onde as vedetas da época recriavam êxitos de um passado ainda mais passado. Inesquecível a canção “Por ti” de Frederico Valério da revista Chuva de Mulheres, na época interpretada por Maria da Neves.Talvez tenha começado aí a minha atracção pelo culto da memória.Teve muitos êxitos, um casamento que parou o país à frente da televisão, um amor único que jamais quis repetir, e um dia a dia feito de uma bondade a roçar a santidade.Conhecem alguém que ache que toda a gente é boa? Apenas a Zézinha, que sendo uma sportinguista de coração , gostava de toda a gente e de todos os clubes.A “menina dos telefones” nunca deixou passar os aniversários cá de casa, e chegou a ir à televisão entregar um saco com prendinhas para todos.Guardamos com amor o seu CD com dedicatória especial para os Isidros.Ostentava uma t-shirt com a fotografia do seu tio o compositor Frederico Valério e eu também tive a honra de me ver estampado no seu peito, onde palpitava um coração, exemplar único.Parou hoje e estou certo que uma santa pessoa está no céu a cantar “As carvoeiras”.Tenho tanta, tanta pena, por deixar de ouvir o seu telefone a tocar e a sua voz do outro lado a chamar-me Julinho.Os Isidros estão em desgosto e lamentam que a Zézinha não possa assistir este ano a uma grande alegria que o seu Sporting provavelmente lhe irá dar.Com os estádios vazios, lamento que lá do alto numa nuvem verde como o seu cabelo, não possa agradecer um enorme aplauso de todos os desportistas, de todos, deste país onde para ela…não há rapazes maus.Serão capazes, os apaixonados sectários, de saudar a menina da madeixa verde?Um beijinho e uma rosa como tantas que nos deu.
TÂNIA RIBAS DE OLIVEIRA – apresentadora da RTP: Que me perdoem todos, mas a Zézinha era a pessoa mais doce, querida e generosa que tive oportunidade de conhecer na minha vida profissional. Perdi a conta das vezes que me ligou e que eu lhe liguei. Sempre com o mesmo carinho e o mesmo amor. Fará falta a Zézinha e as suas paixões sempre ao peito. Que o seu, nosso, Sporting honre da melhor maneira a marcha com a sua voz e que este ano se faça a festa – também – em sua homenagem. Vamos ter saudades. Maria José Valerio 1933-2021
MARIA JOÃO GAMA – apresentadora da RTP: Muito, muito triste. A Zézinha foi das melhores pessoas que tive o privilégio de conhecer e de privar Que vá em paz
JOÃO BAIÃO – apresentador da SIC: É uma notícia que nos deixou destroçados. Partiu a nossa Maria José Valério. Uma das mulheres com maior coração que nós conhecemos. Uma grande profissional e que teve sempre um gesto de carinho para todos nós. Querida Zezinha! Um aplauso para a nossa Maria José Valério
MANUEL LUÍS GOUCHA – apresentador da TVI: Que ano e ainda agora começámos! Era a senhora do cabelo verde, tal a paixão pelo seu Sporting. Generosa, afável, sempre atenta aos outros. Não havia vez que não fosse cantar à televisão que não levasse flores para maquilhadoras, produtoras e senhoras da plateia. Não havia aniversário que lhe escapasse, por isso o telefone tocava sempre para lhe ouvirmos os parabéns, até com a minha o mãe fazia, a sua Lurdinhas, como gostava de a chamar. Rapaziada, ouçam bem o que vos digo e gritem todos comigo: Viva a Zé Valério
CLÁUDIO RAMOS – apresentador da TVI: Era uma das pessoas mais atentas da profissão, querida por toda a gente. Não havia ninguém que não gostasse da Maria José Valério. Não havia um Natal, um aniversário, que ela não telefonasse a todas as pessoas com quem se cruzava. Aqui ou na SIC, trazia sempre flores
FILIPE LA FÉRIA – encenador: Quando convidei a Maria José Valério para a série da RTP “Casa da Saudade”, ela disse-me que nunca tinha representado outro papel senão o que lhe calhou na vida. A série era passada numa imaginaria Casa do Artista e reunia atores maravilhosos como Carmen Dolores, a minha querida Glicínia Quartin, a Catarina Avelar, a Cecília Guimaraes, a Helena Vieira, a Helena Rocha, o João D’Ávila, a Manuela Cassola, Artur Agostinho, a Anita Guerreiro, Maria José Baião, Eládio Climaco, o lendário Fernando Pessa, a Maria de Lima, o Rocha Santos, o Nuno Guerrero entre outros. Foi uma aventura fantástica em que me inspirei neles próprios para criar as personagens que deambulavam naquele crepúsculo dos Deuses. Foi aí que conheci intimamente a Maria José Valério, a sua incomensurável humanidade e ternura. Era uma menina perdida no seu jardim de sonhos e canções, uma amiga de coração aberto e fiel aos amigos. Sempre que ia ao Politeama levava pequenas recordações para todos: uma caneta, um porta-chaves, uma rosa. A sua generosidade era comovente e os seus olhos enchiam-se de lágrimas com um abraço, com um beijo. Tinha sido menina da rádio, nós sabíamos as suas canções de cor, estrela dos anos 60, com a sua mancha verde no cabelo, verde como o seu Sporting. Ela fazia parte das nossas vidas, da nossa memória, a Zézinha, eterna personagem da nossa “Casa da Saudade”. Obrigado, Maria José Valerio. “Toca o telefone a toda a hora, toca, toca”- Filipe La Féria
LAURO ANTÓNIO – cineasta: Os sportinguista estão de luto. A nossa madeixa verde foi-se embora.
FERNANDO CORREIA MARQUES – cantor: MARIA JOSÉ VALÉRIO O meu grito de revolta.Zézinha para os amigos partiu hoje para a terra do nunca aos 88 anos,devido à doença da moda.Mais uma grande senhora que se despede da casa dos artistas local de onde nos últimos dois a três meses partiram a maior parte dos grande nomes da nossa cultura.A voz potente do nosso Viva o Sporting calou-se mas ninguém calará a sua voz.Obrigado por me teres deixado ser teu amigo e confesso admirador, sempre com prendinhas (o teu sinal de marca) desde o ano de 1978 em Sines.
ANTÓNIO ESTEVES – jornalista RTP: Em 2019, o tema do Carnaval de Torres Vedras foi Made in Portugal, e as Madres Gordas fizeram uma bonita e divertida homenagem à Maria José Valério, que hoje nos deixou aos 87 anos.Infelizmente morreu num ano em que,ao que tudo indica, vai acontecer o que desejou durante muito tempo: o Sporting campeão.Era uma pessoa muito querida, alegre e simpática, popular no país para além do universo leonino, que entrevistei muitasvezes, incluindo na última vez em que o Sporting alcançou o título de campeão nacional de futebol.Que descanse em paz!
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